
Amazonas continua em estado de alerta. A subida do rio deve bater recordes em 2021 e superar outras medidas registradas pelos órgãos responsáveis. Casas suspensas, pontes de madeira construídas onde seriam ruas e prejuízos materiais deve ser uma realidade para os próximos meses.
A cota do Rio Negro na capital amazonense pode chegar a 30,05 m nos próximos dias, ultrapassando a maior cheia da história de Manaus, registrada em 2012, quando a cota do rio atingiu 29,97 m.
As estimativas foram divulgadas durante segundo alerta de cheia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), na manhã desta sexta-feira (30).
De acordo com dados divulgados pelo CPRM, a previsão é que a cota mínima seja de 29,50 m, podendo variar entre 30,00 e a máxima de 30,05 metros. A pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil, Luna Alves, relata a probabilidade do registro da cheia neste ano.
“É provável que a cheia chegue nas magnitudes de 2012. Temos 56% de probabilidade de encarar esse cenário, é uma probabilidade bem alta. Vamos nos preparar para que isso ocorra”
As áreas que mais devem ser afetadas – e que já começaram a sofrer com as enchentes – com ruas alagadas, casas submersas e pessoas transitando por cima de pontes de madeira devem ser os bairros da área central, em especial a rua dos Barés e nas proximidades da Manaus Moderna, e o bairro São Jorge.
Segundo a pesquisadora, essas áreas enfrentam a cota de inundação e a cota de inundação severa, quando os primeiros danos são observados e quando a inundação provoca danos graves.
Outros quinze bairros, geralmente impactados pelas cheias do rio Negro, vêm sendo monitorados há semanas pela Defesa Civil de Manaus.
Em 2021, a cheia já ultrapassou a cota de emergência do Rio Negro em Manaus de 29,0 m nesta sexta-feira (30), de acordo com previsão de cheia baseada em diferentes modelos, e sobe cerca de 5 cm por dia, segundo o CPRM.
A previsão da cheia é baseada no modelo elaborado pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Jochen Schöngart.
Os boletins emitidos mensalmente demonstram o comportamento dos rios e deixam o alerta para os governantes se prepararem para o fenômeno anual.
As regiões mais afetadas com a cheia são as do rio Madeira, do município de Manacapuru e o entorno de Manaus.
A cheia dos rios do Amazonas, no primeiro semestre de 2019, contabilizou prejuízos na pecuária e agricultura de R$ 65,9 milhões, de acordo com dados do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).
Fonte: Em Tempo