Estudo avalia anticorpos por vacina da Pfizer em quem teve Covid-19

Depois da primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech, indivíduos que já foram infectados pelo Sars-CoV-2 são capazes de desenvolver uma resposta imunológica mais forte do que aqueles que nunca tiveram a doença. Pesquisadores vêm observando essa situação desde o início do ano e, nesta sexta-feira (6), foi publicado mais um estudo que confirma o cenário.
Disponível no periódico JAMA Network Open, o artigo mostra que pessoas anteriormente contaminadas apresentaram um nível mais alto de anticorpos contra o coronavírus após a primeira dose do que as que não tiveram Covid-19 e receberam duas doses do imunizante da Pfizer.
O estudo foi liderado pela Universidade Rush, nos Estados Unidos, e contou com 59 participantes divididos em dois grupos. O primeiro reuniu 30 adultos sem registros de infecção por Sars-CoV-2, enquanto o segundo englobou outros 29 com resultados positivos em testes PCR ou de anticorpos.
A partir disso, os pesquisadores avaliaram os níveis de anticorpos IgG — que agem contra o domínio de ligação ao receptor (RBD) da proteína spike do coronavírus — após cada dose de vacina e compararam os índices dos grupos 1 e 2.
Entre os não infectados, a média de anticorpos aumentou de 4.03 AU/mL antes do imunizante para 1.822 AU/mL após a primeira dose e 15.005 AU/mL depois da segunda. Para aqueles que haviam sido contaminados anteriormente, a média saiu de 621.3 AU/mL e foi para 30.173 AU/mL com uma dose e 36.600 AU/mL com duas.
Estudo avalia produção de anticorpos por vacina da Pfizer em quem já teve Covid (Foto: Reprodução/JAMA Netw Open)Níveis quantitativos de SARS-CoV-2 IgG na linha de base (pontos azuis), 21 dias após a 1ª dose da vacina (pontos laranja) e 28 dias após a 2ª dose em indivíduos. As barras pretas horizontais representam os níveis quantitativos médios de IgG (AU/mL) dentro dos grupos indicados (à esquerda, os que não foram infectados e, à direita, os que já tiveram Covid-19). Os pontos pretos representam 4 indivíduos com PCR positivo, mas sem IgG detectável. AU indica unidade arbitrária. (Foto: Reprodução/JAMA Netw Open)
O artigo destaca que, em pessoas que sobreviveram ao Sars-CoV-2, a segunda dose da Pfizer não aumentou expressivamente o nível de IgG na comparação com o reforço dado pela primeira. Por isso, talvez uma única dose seja aceitável para esse grupo.
Embora o estudo apresente limitações quanto ao número e à diversidade de participantes (49% eram brancos e 73% eram mulheres) e outros aspectos técnicos (como a falta de investigações sobre neutralização e respostas das células T), as informações são capazes de contribuir para o debate sobre novas estratégias de vacinação.
Se quem contraiu Covid-19 pode estar suficientemente protegido apenas com uma dose de imunizante de mRNA (como é o caso do da Pfizer), então milhões de doses de vacina poderiam ser direcionadas a outros públicos.
Mas, diante disso, os pesquisadores também chamam a atenção para o fato de que um diagnóstico por PCR não é suficiente para sinalizar que uma dose basta. Em quatro dos participantes com testes positivos, por exemplo, não foi detectado o desenvolvimento de anticorpos contra a proteína spike e a resposta imunológica foi mais similar à do grupo que nunca havia contraído Covid-19.
“Os resultados evidenciam que, mesmo em pessoas anteriormente infectadas, a testagem sorológica deve ser feita antes que haja uma decisão sobre descartar ou não a segunda dose”, alerta o artigo.

 

Fonte G1

Like
Cutir Amei Haha Wow Triste Bravo