Com 4,4 metros de comprimento, a mortalha de linho apresenta uma imagem enfraquecida de um homem barbudo cujos olhos estão fechados. O indivíduo parece ter sofrido ferimentos por todo o corpo e o pano contém manchas que podem ter vindo de sangue. Pullicino acredita que o sujeito sofreu uma luxação do ombro que foi fatal.
O médico londrino, que atuou como consultor do East Kent Universities Hospitals NHS Trust, notou que o homem estava com o ombro tão deslocado que sua mão direita se esticava a 10 cm abaixo da esquerda. Isso teria feito com que sua artéria subclávia, que fornece sangue ao tórax, cabeça, pescoço, ombro e braços, se rompesse causando um sangramento interno.
O resultado foi o colapso do sistema circulatório, ocasionando a morte. Se a teoria estiver correta, cerca de três litros de sangue encheram a cavidade entre a caixa torácica e o pulmão. Isso explicaria, segundo Pullicino, porque Cristo jorrou “sangue e água” depois de ser perfurado por um soldado romano com uma lança logo após a crucificação.
Conforme explica o The Telegraph, o especialista argumentou que a “água” seria, na verdade, o líquido cefalorraquidiano, que tem uma aparência translúcida, e que vazou em direção ao pulmão de Jesus.
“Este artigo postula que ao longo de três horas, a artéria subclávia ficou escoriada, ferida e sua parede atenuou até que finalmente a artéria se rompeu e o sangramento profuso se seguiu”, resume Pullicino, no estudo.
Contudo, vale reiteirar que o Santo Sudário, preservado desde 1578 na capela real da catedral de San Giovanni Battista em Turim, Itália, é ainda alvo de muitas dúvidas. Embora estudos realizados na década de 2010 argumentem que o lençol data da época de Jesus, uma análise de 2014 sugeriu que as manchas no pano eram de várias pessoas crucificadas com as mãos cruzadas acima da cabeça. Já um estudo publicado em 2018 no Journal of Forensic Sciences, defende que os padrões de sangue que estão no tecido não correspondem a ferimentos reais no corpo humano.
FONTE GALILEU