A gigante tecnológica chinesa Huawei tem financiado pesquisas secretamente nos Estados Unidos, segundo investigações do Bloomberg. Mesmo constando na lista proibida do país, a empresa realiza uma série de estudos que acontecem em universidades renomadas como Harvard.
Segundo revelou o Bloomberg, elas são patrocinadas por meio de uma fundação independente que possui sede em Washington. Chamada de Optica, ela também é conhecida por realizar competições para cientistas.
De acordo com o Bloomberg, a Huawei é a única financiadora de uma competição de pesquisa. Desde 2022, ela contribuiu milhões de dólares e atraiu centenas de propostas de cientistas, incluindo aqueles das melhores universidades dos Estados Unidos que proíbem a colaboração com a empresa.
Kevin Wolf, especialista em controles de exportação e sócio do escritório de advocacia Akin, expressa preocupações de que as inovações resultantes possam beneficiar a China em âmbitos como defesa e interesses comerciais. A fundação Optica menciona em seu site o interesse em “sensores ópticos de alta sensibilidade e detectores” e outras áreas.
James Mulvenon, especialista em segurança de pesquisas e coautor de livros sobre espionagem industrial, criticou a fundação por aceitar anonimamente dinheiro de uma empresa chinesa que gera preocupações de segurança nacional para o governo dos EUA.
Cientistas não sabiam do envolvimento da Huawei
A operação de financiamento, no entanto, não parece ser ilegal, pois as pesquisas destinadas à publicação não estão cobertas pela proibição. Curiosamente, os participantes da competição nos EUA não sabiam que a Huawei estava envolvida, acreditando que os recursos vinham da Optica.
Um porta-voz da Huawei afirmou ao Bloomberg que a empresa e a Fundação Optica criaram a competição para apoiar a pesquisa global e promover a comunicação acadêmica. Além disso afirmou que mantiveram o anonimato para evitar que fosse vista como uma forma de promoção.
Liz Rogan, CEO da Optica, defendeu que muitos doadores preferem manter o anonimato e que não há nada de incomum nesta prática, destacando que todo o conselho estava ciente do envolvimento da Huawei e que todos concordaram com isso.
Fonte: Adrenaline