Carnaval: veja dicas para proteger cartão de crédito e celular na folia

Um especialista oferece orientações para evitar transações não autorizadas por aproximação e proteger informações bancárias durante o Carnaval, quando os foliões costumam portar celulares, cartões de crédito e dinheiro. Perder esses itens pode estragar a diversão, mas seguir algumas medidas de segurança pode prevenir contratempos. Abaixo, seguem sugestões compiladas pela CNN para garantir que os dias de folia não se transformem em aborrecimentos:

Dinheiro ou cartão: o que levar para os bloquinhos?

Marcos Simplicio, professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em segurança pelo Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), salienta que não há uma resposta definitiva quando se trata de decidir entre levar dinheiro em espécie ou cartão para curtir o Carnaval.

Entretanto, ele ressalta que em caso de roubo do dinheiro físico, não há muitas opções disponíveis. Por outro lado, o uso do cartão proporciona alternativas.

“Sob uma perspectiva geral, o dinheiro em espécie não é significativamente melhor nem pior. Desde que sejam tomados todos os cuidados necessários, usar o cartão é consideravelmente mais seguro do que portar dinheiro”, afirma.

Atenção ao cartão de crédito

Além dos celulares, os cartões de crédito demandam atenção especial durante o Carnaval. O professor da Universidade de São Paulo (USP) destaca a importância de memorizar a senha e evitar tê-la anotada próxima ao cartão.

O especialista também sugere que o usuário desative a opção de compras online com o cartão físico. “Na internet, os mecanismos de segurança são menos robustos e a compra é autorizada apenas pelos números do cartão”, ressalta.

Bloquear a função de pagamento por aproximação, quando possível, também é recomendado. “Se o banco não oferecer essa opção, é aconselhável levar outro cartão. Caso contrário, uma solução alternativa seria envolver o cartão em papel alumínio para evitar a leitura por aproximação, ou ainda, colocar vários cartões juntos para dificultar o processo”, explica o especialista.

Cuidado com os golpes

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) adverte que durante o Carnaval, os criminosos se aproveitam da distração dos foliões durante os pagamentos com cartão para aplicar golpes, como a troca do cartão ou o conhecido “golpe da maquininha”.

Os golpistas, disfarçados como vendedores, observam atentamente quando o cliente digita a senha na máquina e, em seguida, trocam o cartão na devolução. Com o cartão e a senha em mãos, realizam compras fraudulentas.

“O campo da senha deve mostrar apenas asteriscos. Além disso, o cliente não deve aceitar fazer pagamentos se o visor da maquininha estiver danificado. É fundamental que o próprio cliente insira o cartão na máquina e verifique se o cartão devolvido é realmente o seu”, alerta Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.

Uma medida preventiva é adicionar algum tipo de adesivo no cartão para facilitar a identificação pelo proprietário, diminuindo as chances de troca por golpistas.

Quando se trata de roubos ou furtos de celulares em locais públicos, os criminosos têm acesso ao aparelho já desbloqueado, o que lhes permite fazer buscas por senhas armazenadas em outros aplicativos e sites. Com essas informações em mãos, tentam acessar o aplicativo bancário.

Confira 10 dias de segurança da Febraban para este Carnaval:

  • Proteja seu cartão e celular e não os guardem soltos em bolsos
  • Antes de sair de casa, revise os limites de seu Pix e também do seu cartão para valores que realmente for usar na festa
  • Ao comprar algo na rua, nunca entregue seu cartão para alguém inserir na maquininha e realizar o pagamento. Sempre faça este processo você mesmo. Se não for possível, confira se o cartão devolvido é realmente o seu
  • Ao digitar sua senha, garanta que não esteja visível para quaisquer pessoas ao seu redor
  • Sempre verifique o valor digitado na maquininha e peça o comprovante impresso ou cheque a transação em seu aplicativo
  • Não aceite realizar pagamentos se o visor da maquininha estiver danificado, impedindo que você veja o valor real que está pagando. Se o vendedor informar que precisa passar o cartão novamente, desconfie
  • Baixe o aplicativo Celular Seguro, do Ministério da Justiça
  • Use sempre as ferramentas de segurança oferecidas pela empresa de seu celular
  • A senha deve ser única para acesso ao banco. Também use o bloqueio de tela inicial, biometria facial/digital para acessar o celular e os aplicativos. Ative o bloqueio automático de tela
  • Em caso de roubo, comunique imediatamente o seu banco e registre um Boletim de Ocorrência

Atenção com celular

Há anos, os celulares se tornaram grandes alvos de criminosos, seja em épocas de festa ou não. No Carnaval, o cuidado deve ser redobrado, principalmente em locais de grande concentração de foliões.

Simplicio, da USP, explica que o celular é um dos principais alvos de criminosos nesse período. Isso porque, além do acesso a aplicativos, o aparelho é um prato cheio para o roubo de informações.

Especialista lista três mecanismos importantes para proteger seu smartphone antes de ir à festa

Ativar serviço de busca do aparelho

Nos aparelhos mais modernos, existe uma que ajuda o usuário a localizar um celular perdido ou roubado. No caso do iPhone, por exemplo, a função é chamada de “Buscar”. Já em aparelhos da Xiaomi, “Encontrar meu dispositivo”.

“A ativação não é necessariamente para localizar o bandido que roubou o celular, mas sim para apagamento remoto de dados por meio do serviço de nuvem. Isso dificulta a vida de quem tiver furtado o aparelho”, explica Simplicio.

Baixar o aplicativo Celular Seguro

Outra opção de segurança é baixar o aplicativo Celular Seguro, do governo federal.

O app foi criado para prevenir o uso indevido de celulares roubados ou furtados, por meio de notificações da situação de forma mais rápida das operadoras e instituições bancárias e de crédito.

Mas, segundo o especialista, o aplicativo é um pouco mais limitado em relação à função de busca dos aparelhos, uma vez que não consegue proteger aplicativos como WhatsApp e e-mail.

“Se a pessoa roubada for um usuário de banco digital e o criminoso clicar em ‘esqueci a senha’ no aplicativo do banco, dependendo da instituição, ela pode mandar uma nova senha por e-mail. Por isso, vale a pena ter um bloqueio a mais”, diz Simplicio.

Para fazer o cadastro o Celular Seguro, antes, o usuário deve acessar a própria conta no portal gov.br, com login do CPF e senha. Não há limite para o cadastro de números, mas eles precisam estar vinculados ao CPF para que o bloqueio seja efetivado.

A pessoa cadastrada poderá indicar outras de sua confiança, que estarão autorizadas a efetuar os bloqueios, caso o titular tenha o celular roubado, furtado ou extraviado.

Usar aplicativos que escondem aplicativos

O especialista em segurança também recomenda que, antes de ir à folia, o usuário ative aplicativos que funcionam como uma espécie de “pasta oculta” para outros apps do aparelho.

“Você cria um segundo espaço e coloca os aplicativos atrás de uma segunda senha. Isso é interessante até para casos de sequestro, onde você pode deixar o ‘banco do ladrão’ para fora e esconder sua conta principal”.

Segundo Simplicio, a tática de segurança pode ser utilizada todo o ano, não somente no Carnaval.

“Qualquer coisa que você achar razoavelmente importante, coloca lá [na pasta oculta]. Se o celular é furtado, ou se está aberto na sua mão na hora do roubo, o criminoso pode conseguir fazer alguma coisa muito antes de você, por isso, colocar uma fricção ajuda bastante. Você atrasa o bandido enquanto você consegue agir”, explica.

 

Fonte: CNN

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