Exame Nacional do Ensino Médio(Enem) ou Atestado de Morte?

Se aproxima a prova do ENEM, nos dias 17 e 24 da Janeiro, estarão realizando o Exame Nacional do Ensino Médio cerca de 5,8 milhões de pessoas, espalhadas por todo o Brasil. No Amazonas, mais de 163 mil indivíduos circulando principalmente pela cidade de Manaus, fora o trânsito por todo o interior do estado.

Isso deveria ser motivo de comemoração, se não fosse o fato de que, o momento que estamos vivendo em todo o Brasil é de caos, de dor, de pessoas morrendo na porta dos hospitais sem conseguir atendimento, apesar dos esforços divulgados pelos governos de cada estada no combate a Covid-19.

Logo, é necessário e urgente, mais uma vez, questionarmos o governo federal através do Ministério da Educação, que até agora não se manifestou em relação ao necessário adiamento dessas provas, que na melhor das hipóteses, contribuirão significativamente para aumentar a difusão do contágio de mais pessoas pelo coronavírus.

Em sua maioria, as pessoas que farão as provas, necessitam de transporte público para chegar aos locais determinados, só isso já é o suficiente para provocar aglomerações nos terminais e nas paradas do transporte a ser utilizado conforme presenciamos todos os anos.

Além disso, outro foco de aglomeração inevitável dessas milhares de pessoas, sempre ocorre na entrada dos locais de prova e piora quando todos já estão dentro dos prédios onde prestarão o exame, além das milhares de pessoas que trabalham nos locais de prova, para que elas possam acorrer com lisura.

O número é assustador, praticamente 100 % dos estados estão com suas aulas interrompidas desde o ano passado, alguns trabalharam de forma remota, para evitar ao longo de todo ano o que o ENEM de forma irresponsável por parte do Ministério da Educação, vai provocar em dois dias.

É consenso, que esse deslocamento em massa, de tantas pessoas ao mesmo tempo, irá contaminar um número grande da indivíduos, que ainda estarão levando o vírus para seus lares, aumentando ainda mais o estrangulamento do já falido sistema de saúde. O resultado não poderá ser outro, que não seja a condenação a morte de mais uma imensa camada de nossa população.

Não há justificativa plausível para não adiar essa prova pois, as próprias faculdades públicas já se manifestaram contra o retorno presencial nesse momento, com a acertada alegação de falta de estrutura para garantir a segurança da saúde de seus alunos então, como pode o Ministério da Educação, afirmar garantir essa segurança se, apenas utiliza prédios de escolas dos estados e municípios para realizar as provas, sendo a estrutura e manutenção dos mesmos por conta dos entes parceiros.

Somado a isso, o momento agudo de pico da Covid-19 em estados como Amazonas, que já toma medidas estremas para conter a contaminação, fechando atividades não essenciais e decretando estado de calamidade, não podem por questão de saúde pública permitir que esse exame aconteça mas, a responsabilidade é do executor, do Ministério da Educação, que já deveria ter se manifestado pelo adiamento do ENEM em todo o Brasil, pelo bem de nossa população.

Não podemos jogar os sonhos desses quase 6 milhões de pessoas na vala comum da Covid-19, permitir que se contaminem e contaminem suas famílias, por conta de um desgoverno central, que demonstra uma insensibilidade quase tão aguda quanto a crise da pandemia, que parece apostar no acaso, mesmo diante de tantas demonstrações científicas de que em momentos como o que passa o Brasil com a Covid-19, o remédio é amargo mas necessário, sendo preciso adiar algumas situações para que pessoas possam viver.

Manter o ENEM nesse momento, é assinar o atestado de morte de milhares de inscritos e dos que serão contaminados por eles, ainda que consigam boas notas, não terão a possibilidade de ingressa em uma faculdade, não nesse mundo pois, provavelmente farão parte dos enterros coletivos, sem despedida, em silêncio e sem o tão sonhado título acadêmico.

 

 

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