
Série com heróis parceiros do Capitão América tem produção de cinema, mas perde ousadia da linguagem empregada em ‘Wandavision’. Temporada estreia nesta sexta-feira (19).
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Divulgação
A Marvel já mostrou que a busca por novas linguagens pode ser um sucesso em “Wandavision”. Em “Falcão e o Soldado Invernal”, sua segunda série para a plataforma de vídeos Disney+, o estúdio entrega uma produção com qualidade cinematográfica, mas mais limitada pelo padrão de seus filmes mais medianos.
O primeiro dos seis episódios, que estreia nesta nesta sexta-feira (19), pode ser um passo para trás em comparação à ousadia da antecessora, mas acerta ao manter o mesmo ritmo controlado, sem pressa para grandes revelações.
Pelo menos é o que se pode dizer depois de assistir ao piloto disponibilizado à imprensa, que coloca dois (bons) coadjuvantes na linha de frente ao mesmo tempo em que parece um pouco avessa a ris
O peso do escudo
Tamanha reticência fica evidente logo de cara. Depois de terminar “Vingadores: Ultimato” (2019) com o escudo do Capitão América (Chris Evans) entregue – isso aconteceu há dois anos em um dos filmes mais vistos dos últimos anos, não dá pra reclamar de spoiler – por uma versão envelhecida do mesmo, Sam Wilson (Anthony Mackie) abre a série sem o instrumento simbólico.
Ele deixa o papel de coadjuvante de Steve Rogers e continua a enfrentar mercenários pelo mundo como o herói alado Falcão, mas reluta em aceitar a responsabilidade dada pelo amigo/mentor ao mesmo tempo em que tenta ajudar a família que deixou para trás a superar problemas financeiros.
Já Bucky Barnes (Sebastian Stan), o amigo-de-infância-transformado-no-vilão-redimido-Soldado-Invernal, deve se adaptar à sua nova realidade como civil perdoado pelos crimes do passado.
Ele faz terapia, tenta encontrar perdão, procura novos relacionamentos e vive uma vida em grande parte mundana – pelo menos até onde vai sua história neste primeiro capítulo. Mas sua aparente tranquilidade dificilmente passará ilesa pelas decisões de seu parceiro do título.
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Anthony Mackie em cena de ‘Falcão e o Soldado Invernal’ — Foto: Divulgação
Filme em seis partes
Em entrevista ao G1, a diretora da temporada, Kari Skogland, afirmou que a equipe encarou a produção como “um filme de seis horas”. Isso é escancarado logo na primeira cena, em que Sam enfrenta um grupo de capangas que havia sequestrado um avião militar.
A qualidade da sequência de ação não deixa nada a dever aos grandes filmes da Marvel, uma propriedade que é revelada com mais parcimônia em “Wandavision”.
Se sobra dinheiro no orçamento, falta a “Falcão e o Soldado Invernal” a vontade de explorar novas linguagens, algo que sobrava em seu antecessor e suas homenagens aos clássicos da televisão.
Mesmo tamanho “defeito” pode ser interpretado como uma qualidade. O estúdio poderia manter o público na mesma busca por referência que garantiu o sucesso da série mais cômica.
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Sebastian Stan em cena de ‘Falcão e o Soldado Invernal’ — Foto: Divulgação
Mas a opção por algo mais padrão sugere que, por mais que ambas se tratem de séries da mesma plataforma, a Marvel não pensa em usar as mesmas técnicas para todas.
Infelizmente, faz isso bem com seus heróis mais previsíveis – e de certa forma ligados a um lado mais “militaresco” de seu universo cinematográfico.
Ainda é cedo para julgar se “Falcão e o Soldado Invernal” vai ter êxito em sua missão de conseguir novos assinantes para a Disney+ enquanto avança a história da editora nos cinemas.
Mas, pelo menos por ora, é difícil imaginar que roubará todas as discussões nas redes sociais toda sexta-feira como fez o casal formado por Wanda (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany).
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Anthony Mackie e Sebastian Stan em cena de ‘Falcão e o Soldado Invernal’ — Foto: Divulgação.