Nem Freud explica. O título de cidadão do Amazonas para Bolsonaro insulta as famílias dos milhares ceifados pela Covid-19

Parece que realmente a Covid-19 não para de fazer as pessoas sofrerem, quem pega e fica vivo, relata inúmeras sequelas, de dor de cabeça até a falta de memória.

Acreditamos que os deputados do Amazonas, tirando o Sr. Serafim Correa, que votou contra o título de cidadão do Amazonas para Bolsonaro, devam todos estar sofrendo da amnésia deixada pela Covid-19.

Devem ter esquecido que lá estão para defender o povo amazonense e não enaltecer aqueles que os deixam morrer sem leitos nos hospitais, sem medicamentos, sem oxigênio, como presenciamos a poucos dias.

Esses senhores, que estarão com o algoz das famílias amazonense, apertando sua mão e dizendo estar tudo bem, com certeza esqueceram a quem deveriam cuidar e defender.

Não precisa tanta memória assim para lembrar do pouco que escrevemos aqui, das pessoas desesperadas atrás de cilindros de oxigênio e de vagas para internar seus entes queridos, que morreram muitas vezes sem atendimento, bem como dos cemitérios lotados com covas coletivas.

Comemorar essas vidas perdidas dessa forma, dando esse título que deveria ser dado ao sr. João verdureiro, a dona Maria costureira, ao sr. enfermeiro, médico, bombeiro, policiais, professores que estão se reinventando para chegar aos alunos, as pessoas que estão dividindo o pouco que possuem com outros, esses sim merecem homenagem.

Fica aqui a tristeza das pessoas que confiaram em seus deputados para exercerem o papel fundamental de vigilantes, guardiões da lei e da aplicação dos recursos públicos mas, que nesse momento tão difícil preferem homenagear aquele que deveria por obrigação ter salvo as vidas de nossos filhos, esposas, maridos, pais, amigos e tantas outras, mas não o fez.

Ou os nobres deputados não perderam ninguém para a Covid-19 ou muito pouco ligam assim como o homenageado, para as vidas dos que se foram e de suas famílias.

Que fique aqui escrito o quanto esse ato nos causa repúdio, por tudo isso e ainda por termos outras prioridades, para as quais os deputados deveriam estar trabalhando.

A essa altura, os nomes de quem defecou essa ideia e de quem votou favorável, já não importa pois já acendeu a imensa dor no peito de todos que ainda choram seus mortos.

Esse infeliz evento deveria ocorrer em um cemitério, com caixão fechado, sem despedida, sem parentes, sem amigos e com pressa pois o próximo já pedia passagem.

Poderia ser também o momento para cobrar do homenageado as explicações que até agora não nos deu, mas nossos deputados estarão ocupados brindando as mais de 13 mil mortes no Estado. E você onde vai estar amanhã?

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