A Escola e o Desafio de Alcançar os Que Saíram em 2020

O ano letivo de 2021 começa com uma missão difícil, mas indispensável: levar de volta para escola os alunos que deixaram de estudar em 2020.

Muitos alunos, que não conseguiram acesso aos meios disponibilizados pelas escolas, passaram praticamente um ano em branco. O aplicativo ou a TV não funcionaram para todos, isso, é uma triste realidade que não pode passar despercebida e sem uma busca pela recuperação dos conteúdos perdidos.

Isso, levou muitos alunos a abandonarem a escola para ajudar de alguma forma na renda das famílias, prejudicadas com a pandemia

Sabemos que essa escolha de muitos, não representa a profissão sonhada pois, a maioria sequer terminou seus estudos, seja fundamental ou médio, sendo mesmo ocupação de espaço vazio deixado pela escola que não conseguiu chegar em todos, mas que precisa ser deixado esse ano para o retorno ao caminho escolar.

Esse retorno, não será fácil se as escolas não se mostrarem receptivas e atraentes para estes alunos, se a escolas não for capaz de novamente incluí-los no universo escolar, corremos o risco de um número enorme de alunos, crianças, se afastarem de vez, contribuindo ainda mais para a desigualdade em um futuro próximo.

Não é necessário e nem esperado que as escolas bolem planos malucos, que dificulte a participação dos professores no processo e ainda coloque os alunos como pobres coitados. As escolas e suas gestões, precisão ter o pé no chão, um plano enxuto e envolvente, que pense na realidade dos alunos, para poder oferecer algo que se inclua nas possibilidades dos mesmos e suas famílias.

Um estudo do Unicef mostra que, em outubro de 2020, mais de 4,1 milhões de estudantes brasileiros não estavam recebendo nenhuma atividade escolar – 1,38 milhão sequer estavam matriculados. Na soma, são 5,5 milhões de crianças e adolescentes que não tiveram acesso à educação em 2020.

“É voltar a mais de uma década atrás, olhando pelo número absoluto de crianças e adolescentes fora da escola. A gente precisa fazer um esforço social, de governos, de famílias, importantíssimo agora. Nós temos que achar e levar de volta para a escola para já. A gente corre o risco de perder uma geração inteira de crianças e adolescentes, aos milhões, se a gente não fizer isso imediatamente”, afirma Ítalo Dutra, chefe de Educação do Unicef no Brasil.

Os educadores dizem que a perda do vínculo com a escola é apenas um dos motivos para o abandono. Há pelo menos outros dois, também acentuados pela pandemia: o baixo desempenho e a necessidade de renda. Por isso, o diretor-executivo do Todos pela Educação diz que o desafio que se impõe não é só da educação.

“Sozinha, a educação não dará conta do desafio. É fundamental recorrer ao apoio de outros setores como, por exemplo, a assistência social, a saúde e também desenvolver uma série de políticas de apoio financeiro aos estudantes, a suas famílias, em especial aqueles em regiões mais vulneráveis e que têm maior risco, portanto, de evasão escolar”, explica Olavo Nogueira Filho.

Fonte G1

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