
SE MANIFESTA A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS.
A poesia é uma forma de expressão marcada pela subjetividade, que tem como objetivo revelar pensamentos, sentimentos e estado de espírito. Ela retrata algo pela ótica da imaginação do poeta e do leitor.
Composta por atributos metafísicos e existenciais, permite a expressão de sentimentos recônditos, por meio do uso de recursos linguísticos e estéticos. Considerada uma das sete artes tradicionais, a poesia é uma forma de expressar a linguagem humana com fins estéticos ou críticos.
Definida por sua forma estética e pelo sentido da mensagem poética, em sentido mais amplo, se define como a própria arte. Ela contempla diversas formas de expressão, podendo estar presente na pintura, na escultura, na música, na fotografia e até mesmo em pequenas situações do cotidiano.
Conceito
As diferenças formais e contextuais da poesia são objeto de estudos recentes que buscam uma definição que possa abranger tais diferenças nas expressões poéticas. Com o objetivo de traçar a evolução do conceito de poesia, o historiador polonês Wladyslaw Tatarkiewicz afirma que existem dois conceitos que podem defini-la.
Considerando que o termo poesia é aplicado para dois objetos distintos, o autor assinala que primeiro conceito é o de “arte baseada na linguagem” e o segundo assume um significado mais geral, como “estado da mente”.
Cabe ressaltar que o contexto é essencial para o desenvolvimento do gênero e da forma poética. As poesias que registram eventos históricos de forma épica, por exemplo, são narrativas mais longas, enquanto poesias litúrgicas como hinos e salmos são mais curtos e adotam um tom de inspiração espontânea.
História
A história da poesia é anterior à História da escrita, aparecendo nos primeiros registros da maioria das culturas letradas. Essa forma de expressão foi utilizada em obras antigas, tais como os vedas indianos (1700–1200) e os Gathas de Zoroastro (1200–900 a.C.). Utilizada nessas composições, a forma poética ajudou na memorização e na transmissão oral das histórias das sociedades antigas e pré-históricas.
Entre os principais registros de poesias antigas, destacam-se os poemas épicos como a Epopeia de Gilgamexe, originado na Mesopotâmia, em escrita cuneiforme em tabletes de argila e, posteriormente a epopeia grega “Ilíada e Odisseia”, os livros iranianos antigos Gathas Avesta e Yasna, e os épicos indianos Ramayana e Mahabharata.
Pensadores antigos se propuseram em determinar o estudo da estética da poesia, chamados de poética. Merece destaque na tradição ocidental, o filósofo Aristóteles (384-322 a.C.). Já em sociedades antigas orientais, como a chinesa, esse campo avançou através do Shi Jing (Clássico da Poesia) da tradição do confucionismo.
Tipos
Classificada com base em suas características, a poesia se divide em três gêneros: poesia lírica, poesia épica e poesia dramática.
Poesia lírica: caracterizada pela subjetividade, a poesia é aquela na qual o poeta expressa sua visão de mundo, sua realidade e seus os sentimentos, com atenção para estética, a técnica e a métrica. Com estética apurada, os textos líricos são escritos em versos e possuem linguagem elaborada apego à forma estrutural. A poesia lírica é formada por métrica, verso e rima.
Poesia épica: marcada pela objetividade, na poesia épica se apresentam os fatos que são considerados importantes para o poeta. O texto predominante nesse gênero, geralmente, é narrativo, de longa extensão e eloquente. A poesia épica aborda temas como guerra ou outras situações extremas. Ela revela ecos com as ações heroicas, se importando com a constituição formal, demonstrando uma preocupação com temas e técnicas poéticas.
Poesia dramática: a poesia dramática possui caráter duplo se apresentando com características de subjetividade e objetividade, predominando aspectos do gênero épico e lírico. Apesar de manter a narrativa épica, transfigurava os narradores em personagens das ações, de modo que retrata seus estados emotivos, conferindo assim um caráter lírico.
Soneto de FidelidadeDe tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamentoE assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem amaEu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.Vinicius Moraes