Fluminense se complica na Libertadores, e queda de rendimento do time preocupa

Fluminense tinha a vantagem de um simples empate, jogava em casa e enfrentava um Junior Barranquilla desfalcado de seus principais jogadores (Borja, Téo Gutierrez e Hinestroza). Era só carimbar o passaporte para as oitavas de final da Libertadores com uma rodada de antecedência… Só que não. O time perdeu sua invencibilidade no torneio na noite de terça-feira e saiu do Maracanã derrotado por 2 a 1 pelos colombianos. O que os tricolores mais temiam aconteceu: a vaga que estava na mão agora terá que ser buscada na última partida, contra o River Plate na Argentina.

Mas o que explica a primeira derrota na competição? Depois de tantas críticas pelo time não render no primeiro tempo, Roger Machado decidiu alterar peças para tentar mudar o panorama e buscar a vitória, sem pensar na vantagem do empate. De certa forma, deu certo. Embora ainda reativo e sem grande volume, o Fluminense criou chances e fez talvez os seus melhores 45 minutos iniciais nesta Libertadores, mesmo sofrendo um gol. Porém, em meio à maratona de jogos, a equipe gastou o que tinha de fôlego antes do intervalo e inverteu o panorama: na etapa final, pouco conseguiu jogar.

Só que individualmente as mudanças não surtiram o efeito desejado. Um dos mais pedidos pela torcida, Cazares ganhou a sua primeira chance como titular no time considerado principal. Logo de cara, deu um lindo lançamento para deixar Kayky sozinho com o goleiro, mas depois disso sumiu. Fisicamente, ainda lhe falta ritmo. E se Danilo Barcelos por um lado não cometeu nenhuma grande falha defensiva, como seu concorrente Egídio vinha cometendo, por outro a equipe acabou perdendo muito em apoio ao ataque pela esquerda. E sem Nenê na batida, a bola aérea não funcionou nenhuma vez.

Das quatro chances claras do Fluminense nos 90 minutos, três foram no primeiro tempo: com Kayky, Luiz Henrique e Fred. O time chegou a passar a impressão de que resolveria o jogo quando quisesse. O passe de letra de Fred para Luiz Henrique, por exemplo: não que tenha sido soberba, foi claramente um recurso técnico em direção ao gol, para acelerar a bola. Mas para executar um passe desse em uma jogada promissora, correndo risco de desperdiçar um contra-ataque, é preciso que o jogador esteja bastante confiante. Outros, talvez pelo excesso de moral, erraram passes e finalizações.

Quando Roger deu um voto de confiança à formação inicial para o segundo tempo, acabou castigado com o gol de Cetré, o segundo do Junior Barranquilla e que abalou o Fluminense. O treinador então lançou suas substituições já habituais, trocando o ataque inteiro: Caio Paulista, Gabriel Teixeira, Nenê e Abel Hernández nos lugares de Kayky, Luiz Henrique, Cazares e Fred. Só na última alteração ele se arriscou e lançou Bobadilla na vaga do exausto Martinelli, ficando com dois homens de área em campo. Mas de nada adianta se a bola não chegar para eles. Aí, Ganso poderia ser melhor opção.

A queda de rendimento no geral não é de hoje e preocupa nos corredores das Laranjeiras. E desde a semana passada está cada vez mais acentuada. Na vitória por 2 a 1 sobre o Santa Fe, também da Colômbia, o Fluminense foi dominado pelo adversário e ganhou com gol de contra-ataque. Na final do Campeonato Carioca, no empate em 1 a 1 diante do Flamengo, o Tricolor também foi envolvido até conseguir jogar nos minutos finais. E na derrota para o Junior Barranquilla, marcaram bem a saída de bola tricolor, e faltou perna para muitos, principalmente Yago e Martinelli, que vêm de uma sequência.

O Fluminense vai passando a maratona de jogos sem lesões até o momento, mas as pernas pesadas não há como evitar. Até o segundo e último duelo da final do Carioca, no próximo sábado, às 21h05 (de Brasília), no Maracanã, o Tricolor terá apenas três dias para descansar o grupo e tentar recuperar o seu futebol. 68 horas depois, o time de Roger Machado irá enfrentar o River Plate às 19h15 (de Brasília) em Buenos Aires, valendo a vaga nas oitavas de final. Os jogadores tricolores se reapresentam na tarde desta quarta-feira no CT Carlos Castilho.

Fonte: GE
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