México supera Argentina como maior mercado para veículos brasileiros e indústria pede mais acordos

No ano anterior, as vendas para o mercado mexicano experimentaram um aumento de 51%, contrastando com uma queda de 16% nas vendas para os consumidores argentinos.

Pela primeira vez em quatro décadas, o México assumiu a posição de principal mercado para as exportações brasileiras de veículos em 2023, desbancando a posição que tradicionalmente pertencia à Argentina.

Esse movimento está sendo observado de perto pelas montadoras, que esperam que o México mantenha sua liderança em 2024, apesar da queda nas vendas para o país registrada em janeiro.

No ano anterior, as exportações de veículos para o México cresceram 51%, alcançando um total de 135,7 mil unidades. Em contrapartida, os envios para a Argentina – ainda o segundo maior mercado – diminuíram em 16%, totalizando 114,5 mil unidades.

Segundo Igor Calvet, diretor-executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o crescimento da economia mexicana impulsionou a demanda por automóveis, registrando um aumento de 24% no ano passado e abrindo novas oportunidades de mercado para as montadoras brasileiras.

O México é um grande produtor de SUVs, exportados principalmente para os Estados Unidos, mas também possui uma demanda significativa por “mini SUVs” ou “SUVs compactos”, que são fabricados no Brasil.

Por outro lado, a Argentina enfrentou os impactos da recessão em 2023 e espera-se que mantenha um cenário de baixa demanda em 2024, com uma queda estimada entre 20% a 25% no mercado de automóveis.

Esse fenômeno é um reflexo direto da crise do ano anterior e das medidas de ajuste propostas pelo novo governo de Javier Milei. “Isso tem um impacto significativo em nossas exportações para lá”, afirma Calvet.

Novos acordos

Calvet destaca a importância dos acordos automotivos que estabelecem a redução ou eliminação mútua das tarifas de importação para a indústria do setor. Isso é evidente no caso do México, com quem o Brasil possui um acordo de livre comércio para veículos, autopeças, caminhões e ônibus.

O diretor da Anfavea enfatiza a necessidade de firmar novos acordos com países da África e do Oriente Médio, regiões que ele identifica como tendo um bom potencial para as exportações de veículos brasileiros.

Além da diminuição das tarifas, de acordo com Calvet, esses acordos também abordam questões cruciais, como regras de origem e harmonização regulatória, que são fundamentais para impulsionar o crescimento das vendas.

Os cinco principais mercados para a indústria automotiva brasileira – México, Argentina, Colômbia, Uruguai e Chile – têm acordos comerciais, sejam eles gerais ou específicos para o setor, com o Brasil.

Em janeiro, conforme dados divulgados pela Anfavea na semana passada, as exportações brasileiras de veículos registraram uma queda de 43% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foram embarcadas 18,8 mil unidades (contra 33 mil em janeiro de 2023). As vendas diminuíram para a Argentina (19%), México (19%), Colômbia (79%) e Chile (60%).

 

Fonte: CNN

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