Bolsonaro na embaixada: prisão preventiva vai depender de Xandão

Uma ala de ministros do STF e integrantes da Polícia Federal (PF) que acompanham as investigações sobre o suposto plano para ser dar um golpe de Estado no Brasil afirmaram, reservadamente, ao longo desta segunda-feira, 25, que há elementos para se decretar a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro após ele ter se abrigado na embaixada da Hungria por dois dias em fevereiro.

A medida, no entanto, ainda é vista como extrema até mesmo pelos integrantes do STF conforme apurou O Antagonista. A avaliação tanto de ministros do STF quanto de agentes federais é que Jair Bolsonaro, ao buscar a embaixada da Hungria, dois dias após ter sido alvo de uma ação da PF, deu indicativos de que tentou fugir do país diante das investigações.

Era a “escapadela” esperada por aqueles que defendem medidas judiciais mais gravosas contra o ex-presidente da República.

A defesa de Bolsonaro, no entanto, nega qualquer movimento neste sentido. Para os advogados do ex-presidente, ele foi à embaixada apenas para atualizar os “cenários políticos das duas nações”.

Apesar disso, tanto os agentes da PF quanto ministros do STF ressaltam que dificilmente o ministro Alexandre de Moraes irá decretar uma medida como essa. Há uma preocupação, principalmente, com a repercussão política de uma medida desse vulto.

A expectativa é que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se pronuncie sobre esse episódio ainda nesta semana. Nesta segunda, ele recebeu uma representação do petista Lindberg Farias, namorado de Gleisi Hoffmann, na qual o parlamentar pede a preventiva do ex-presidente da República.

Como mostramos mais cedo, a PF instaurou inquérito para investigar por quais motivos o ex-presidente Jair Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria após a Operação Tempus Veritatis, deflagrada em 8 de fevereiro.

A operação da PF investigava uma trama para um suposto golpe de Estado no país. Como parte das investigações, o ministro Alexandre de Moraes do STF determinou a apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro como medida restritiva justamente para ele não fugir do país.

O jornal americano The New York Times revelou, nesta segunda, imagens que mostram que Bolsonaro passou 48 horas na embaixada da Hungria quatro dias após a deflagração da operação da PF.

O jornal sugere que Bolsonaro estava tentando uma aproximação com Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria, com planos de escapar do sistema judicial brasileiro. Os agentes da PF informaram a O Antagonista, porém, que essa hipótese não pode ser descartada, embora não se tenha elementos que fundamentem essa tese neste momento.

 

Fonte: O Antagonista

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