Esta semana, o Tribunal de Justiça do Amazonas suspendeu 78 ações que determinavam a transferência de pacientes com Covid para leitos de UTI. Agora, todos devem esperar na fila que nesta sexta-feira (12) tem 338 pacientes.
12/02/2021 21h19 Atualizado há 2 horas
Trezentas e trinta e oito pessoas com Covid estão à espera de vaga nos hospitais públicos do Amazonas. A morte ronda essas famílias e a justiça aprova ineficiência do governo ao suspender as ações que seriam única esperança dessas pessoas serem atendidas, embora o mesmo governo, não cumpra as determinações dessa mesma justiça.
Não é possível que juízes saibam mais do que os médicos, sobre a necessidade de urgência para pessoas que estão morrendo sem atendimento adequado no interior do estado. São juízes ou Deuses?
Jandira perdeu dois tios para Covid em apenas cinco dias. Jairo Bezerra, de 77 anos, morreu no sábado (6) e Paulo Teixeira, de 75, quarta-feira (10). Eles estavam internados num hospital e tinham decisões judiciais que determinavam que o estado do Amazonas providenciasse leitos de UTI para o tratamento da doença. A ordem não fui cumprida a tempo.
“Nenhuma das minhas duas decisões, elas foram infundadas. Tinha laudo médico, tinha demonstração da real necessidade. Ninguém está dando petição para qualquer pessoa. As pessoas estão necessitando, mas o número é tão grande, que é assustador”, diz a estudante Jandira Muniz.
Na quinta-feira (11), o estado de saúde de dona Alaíde, de 80 anos, piorou depois de seis dias de internação.
“A informação agora é que a minha avó entrou em processo de intubação. E ela está agora na fila para uma UTI”, disse a auxiliar de serviços gerais Railene Silva de Oliveira, neta de dona Alaíde. Ela não resistiu.
Esta semana, o Tribunal de Justiça do Amazonas suspendeu 78 ações judiciais que determinavam a transferência de pacientes com Covid para leitos de UTI. Agora, todos devem esperar na fila que nesta sexta-feira (12) tem mais de 300 pacientes.
Segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas, médicos reguladores controlam o fluxo de internação de acordo com o estado de saúde dos pacientes e as vagas disponíveis. A pasta informou que a taxa de ocupação de leitos está com mais de 90%.
O Tribunal de Justiça do Amazonas considerou que as decisões judiciais podem tirar a vaga de pacientes que estejam em uma fase avançada da doença e que apenas o estado pode determinar a transferência. A Defensoria Pública vai recorrer.
“Esse é um fator que nos leva a refletir e a pensar em realmente ingressar com recurso para demonstrar que essa fila, que deve ser respeitada, infelizmente não vem sendo respeitada”, afirmou o defensor público Rafael Barbosa.
Na quinta, a Justiça determinou que governos do Amazonas e de Manaus promovam ações para comprar vacinas contra a Covid em quantidade suficiente para atender os grupos prioritários.
Fonte G1
