DC-1, uma fusão entre Kindle e iPad

Imagine uma fusão entre um Kindle, o leitor de eBooks da Amazon, e um iPad, o famoso tablet da Apple. Bem, o resultado poderia muito bem ser o DC1, um tablet de 10,5 polegadas que traz algumas ideias e reflexões interessantes sobre design de produtos eletrônicos.

Ele foi criado por uma nova empresa que está tentando emplacar um tipo de computador com menos distrações, mais minimalista e que salve a sanidade de forma geral. O nome da empresa é Daylight Computer e o seu primeiro dispositivo é justamente o DC1. Vamos dar uma olhada mais de perto neste novo gadget.

O principal destaque do DC1 é o seu display. A Daylight o chama de tela “LivePaper” e diz que se parece com a tela E-Ink, mas é suave e responsivo como um LCD tradicional. É importante ressaltar que isso não é algo que existe na prática, pelo menos não ainda, e em geral, qualquer um que prometa uma tela LCD “semelhante ao E-Ink” está exagerando seriamente em seu produto. Mas a Daylight acredita ter inventado algo genuinamente novo e melhor. Se for o caso, seria uma combinação bastante interessante de iPad e Kindle.

O tablet também possui uma luz de fundo sem o filtro azul, o que significa que o DC1 brilhará em uma cor âmbar. A Daylight está aderindo à moda dos bloqueadores de luz azul, com base na noção popular de que a exposição à luz azul pode ser prejudicial ao sono e causar cansaço nos olhos. Há algumas evidências para a parte do sono, embora a eliminação da luz azul seja apenas parte do dilema entre tecnologia e sono. Há muito menos conexão real entre luz azul e cansaço nos olhos.

O dispositivo parece ser um tablet Android bastante normal. Bem, não exatamente Android. Ele roda um sistema operacional chamado SolOS, que a Daylight descreve como “um sistema operacional personalizado baseado em Android projetado para facilitar a concentração profunda.” É baseado no Android 13, para ser mais preciso.

O DC1 possui um processador MediaTek Helio G99, 8GB de RAM e 128GB de armazenamento, vem com uma caneta passiva Wacom e possui Wi-Fi e Bluetooth. O dispositivo pesa 544 gramas. Parece ter todos os aplicativos e serviços Android padrão. A aposta da Daylight parece ser que apenas mudar o hardware pode mudar sua experiência com o software também.

As reflexões por trás do DC1

O CEO da Daylight, Anjan Katta, disse que começou a empresa tanto para ajudar a si mesmo a combater o cansaço ocular e a distração quanto para tentar redefinir nossa relação com os gadgets como um todo.

Nos últimos meses, ele tem sido bastante poético sobre os problemas com os dispositivos modernos. “A coisa em que gosto de pensar é o que teria acontecido com, tipo, Tolstói se ele tivesse crescido assim. O que teria acontecido com Maya Angelou se ela tivesse um telefone emitindo luz azul e muitas distrações? Ela ainda teria sido capaz de escrever a poesia que escreveu?“, se questionou o CEO em um podcast.

Na prática, a Daylight está questionando um ponto realmente interessante: os smartphones são realmente a ideia certa? Empresas como Light e Humane estão fazendo a mesma pergunta de maneiras diferentes. Mas todas estão tentando encontrar respostas tecnológicas para problemas tecnológicos, em vez de apenas incentivar todos a jogar seus telefones no mar e se mudar para o campo. “É impossível escapar da tecnologia. Nem mesmo é realista,” disse Katta naquele podcast. Em vez disso, ele argumentou, devemos repensar o computador.

Portanto, parece que a Daylight é mais uma empresa de displays do que uma empresa de tablets. Ele mencionou querer fazer monitores, notebooks, relógios, despertadores e outros dispositivos, mas disse que acredita que um telefone dobrável equipado com LivePaper é, em última análise, “como mudamos o mundo.“

Bem, não sei se essa é a forma certa de “mudar o mundo”, mas que bom que já tem gente pensando (e agindo) para tentar contornar o problema causado pelos smartphones.

Preço e disponibilidade

O DC1 está ainda na fase de pré-venda. A empresa diz que já esgotou o primeiro lote, que exigia um depósito de US$100 para reservar. O preço final do dispositivo é um tanto quanto salgado, ele custa US$729, o que convertendo para a nossa moeda tá quase R$ 3.800.

Os primeiros modelos começarão a ser enviados em junho, quando veremos se é possível construir uma tela que seja fácil de usar e fácil de largar. Obviamente que não existe sequer previsão para esse tipo de produto chegar ao Brasil.

 

 

Fonte: hardware

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